6 de julho de 2009

Macacos me mordam... Será que Michael Jackson merecia/queria isso???

Quando mais novo (não criancinha -kkkkkk) eu ouvia e via muito o Michael Jackson, achava brilhante a maneira como o cara dançava, cantava, produzia seus shows, clips, coreografias, etc... o que me levou até a comprar, na verdade a encher o saco da minha mãe pra comprar, o vinil de Dangerous (do hit Black or White), um cartucho de video game Master System chamado Moonwalker, cuja lógica era fazer o Michael, ironicamente, resgatar várias crianças sequestradas pelo vilão, livrando-se com chutes e socos dos seus inimigos, e mais tarde, gastar parte da minha mesada para comprar o meu primeiro CD, acho que em 92 ou 93, Bad, lançado em 1987, produzido por Quincy Jones, com faixas extraordinárias, como a que leva o título do CD (que retirei há pouco do armário empoeirado para ouvi-lo enquanto escrevia essas palavras), Just Good Friends (com Stevie Wonder), Another Part of Me (que curiosamente é a trilha sonora do game Moonwalker), e Smooth Criminal, simplesmente fantástica e empolgante.

Enfim, eu era um fã de Michael Jackson, mas com o passar do tempo comecei a ouvir outros sons que eram considerados "cabeça" e menos infanto-juvenis, como Nirvana, Gun´s and Roses, Aerosmith, além dos brasileiros Legião Urbana, Capital Inicial, Gabriel Pensador, etc... pra mais tarde evoluir pra escutar primeiro Rage Against the Machine, Korn, Limp Bizkit e evoluir mais um pouco pra Pearl Jam, U2, Radiohead, Iron Maiden e outras coisas nem sempre de gênero homogêneo, sem esquecer de clássicos como Beatles, The Doors e Led Zeppelin. Porém, não se confunda alhos com bugalhos, pois essas bandas que mencionei não estão ligadas ao movimento pop do qual Jackson era o fundador e Rei.

O que acho importante regitrar é que pra muita gente, assim como pra mim, Michael Jackson fez despertar o gosto pela música enquanto expressão artística e cultural, afinal, quem, entre os 26 e 35 anos, não se lembra dos cinematográficos clips de domingo à noite no Fantástico que apresentavam um Jackson cada vez mais diferente em razão das inúmeras plásticas e tratamentos, mas sempre com o vigor e empolgação de levantar milhões de pessoas em suas turnês de milhões de dólares?
Agora, com o astro morto, muito afirmam: ele era o maior, ele vendeu mais, ele era o mais querido, entre outros superlativos que merecem o perdão do exagero pela recente comoção de uma morte não anunciada. Bem, sem dúvida ele era extraordinário, em que pese o número de acusações, condenações, relatos de insanidades, que por si só revelam a figura controversa que era Jackson e sua peculiar história familiar.
Como disse, ele realmente representou muito, revolucionou a música contemporânea, faturou bilhões, mas, como disse outro dia em uma conversa de bar com amigos, não acho que ele tenha sido o maior artista de todos os tempos.
Guardadas as devidas proporções, de acordo com estilos musicais e épocas diferentes em que surgiram, como afirmar que Michael Jackson foi maior e melhor que os Beatles, banda que mesmo tendo desaparecido há cerca de 40 anos ainda é recorde de vendas em todo o mundo? Do Sir. MacCartney (único que figura na lista de bilionários da Forbes e que formou toda a fortuna com a música), Frank Sinatra, Madonna, Roling Stones, fenômenos que pra mim estão, ao menos, no mesmo degrau-topo de Michael.
Mas o que me espanta mesmo nesse momento, felizmente ou infelizemente, são certas faces do consumismo irracional e da radicalização da lei do mercado-pode-tudo, no momento da morte desse brilhante artista, que sem dúvida, tem bilhões de fãs espalhados por todo o mundo.
Sem recorrer a sentimentalismos ou argumentos "cristãos" de culto aos mortos, mas observando que o ídolo é também humano, assim como sua família, como justificar que seu corpo possa virar objeto de veneração e consumo depois de mais de uma semana da morte, colocar 17.500 ingressos a venda e realizar um showneral em um estádio para "faturar" mais um antes que o seu corpo esteja a sete palmos debaixo do chão.
Fico me peguntando: o que ele próprio estaria achando disso tudo? Como o cara era um gênio/maluco qualquer resposta é admissível.
As minhas idéias pessoais sobre o tipo de funeral que Jackson gostaria de ter são tão influentes quanto um voto de vereador num Município brasileiro de 500 habitantes para a escolha do mais novo presidente da Coréia do Norte. Mas será que ele gostaria que seus restos mortais servissem à cobiça de gente que durante sua vida lhe causou sofrimento (e também sua fama)?
Explorando o tema, a coluna do Macaco Simão de hoje está especialmente hilariante, razão pela qual utilizo esse espaço para repoduzi-la:

Mas a grande atração da semana vai ser o funeral do Michael Jackson: vai ser o showneral!

Sabe o que ele vai fazer? Levantar e dançar "Thriller" com os zumbis.

Nunca vi velório em estádio! Podia ter transmissão com narração do Galvão Bueno.

A arbitragem ficaria com o Steve Wonder e as bandeirinhas poderiam ser a Diana Ross, Elizabeth Taylor e Liza Minelli. Rararará.

Dizem que São Pedro levou o maior susto quando o Michael chegou.

Porque ele estava lá com a ficha "um senhor negro de 50 anos", aí chega o Michael Jackson!

São Pedro disse: "O senhor não pode entrar porque cantou um menino de 9 anos".

E ele respondeu: "Ah, mas ele me disse que tinha 12!".

Tem estas piadas que estão rolando há mais de uma semana, é piada-Hebe: velha, mas divertida!

Diz que o Michael Jackson chegou no céu e já foi logo perguntando: "Cadê o menino Jesus?", "A Madonna já levou", responderam.

E a única coisa preta que ele ainda tinha era o remédio tarja preta! Até o Lula fez uma homenagem:

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