6 de dezembro de 2009

O menino do pijama listrado.


Ontem vi um dos melhores filmes que tive oportunidade de assitir esse ano.

Não costumo comentar os filmes que chamam minha atenção aqui no blog, mas "O menino do pijama listrado" me instigou a escrever algo.

Adoro filmes de drama, especialmente os trágicos, em que o roteiro envolve por suas inúmeras possibilidades e pela constante curiosidade que provoca cada cena do filme, causando aquela sensação de temor pelo que vai ocorrer logo em seguida.



A adaptação do livro de John Boyne para as telonas, feita pelo diretor Mark Herman, com brilhante atuação do jovem ator Asa Butterfield, que interpreta o garoto Bruno, mostra uma visão bem diferente do regime nazista e seus devastadores efeitos nos campos de concentração na Europa central do que o cinema costuma apresentar.


A beleza do filme estã na inocëncia de duas crianças, ambas de oito anos, com desejos muito parecidos e comuns à idade (divertir-se, brincar, fazer amizades e descobrir as coisas mais simples que as cercam), e que, por isso mesmo, travam uma amizade sincera, capaz de desmistificar ou fazer-lhes questionar o porque da separação através de uma cerca.


Bruno, filho de um general do alto comando do exército nazista, com sua mãe e irmã, mudam-se de Berlim para uma casa no interior da Alemanha, para acompanhar militar em sua nova missão, gerenciar um campo de concentração de trabalhos forçados para judeus, vizinho a nova residëncia da família, onde o jovem Bruno buscará espaço e conhecerá Schmel, o garoto judeu aprisionado junto com a família.


A partir de sua criativa imaginação, aliada à propaganda nazista de que o campo de concentração oferece uma estrutura adequada para os judeus (inclusive de lazer), assim como pela idéia de que a amizade por alguém supera diferenças tratadas no mundo dos " adultos" com seus preconceitos incompreendidos pelos pequenos, o filme mostra de maneira sutil como a estupidez do argumento nazista de superioridade da raça ariana com a consequente perseguição aos judeus não passa pela simples avaliação de uma criança de oito anos no alto de sua curiosidade infantil.


Vale a pena demais assitir!

Um comentário:

Patrícia Duarte disse...

Douglas, há quanto tempo!

Dei uma passadinha aqui e vi seu post sobre o filme e não pude deixar de comentar, também, que foi um dos melhores filmes que já vi (e olhe que são muitos!).

Acho interessante que, no filme, como um dos poucos que aborda esse tema, não se fala de bandidos, e também não se aplica julgamentos à judeus e ao Estado, inocentando ou culpando um dos dois grupos, mas temos a figura de um garoto totalmente leigo de qualquer senso crítico sobre a sociedade em que vive.

E uma cena que me marcou foi quando o garotinho, quando vê Shmuel, do outro lado da cerca, indaga: “Não é justo, eu ficar preso aqui sozinho, enquanto você está aí, brincando com seus amigos o dia todo!".

Só posso dizer que é mesmo um filme lindo, muito bem narrado e puro. Puro. Era essa a palavra que eu procurava para defini-lo.

Beijo grande. E continua sempre por aqui. É a minha forma de te acompanhar.