24 de março de 2009

A que senhor serve a imprensa (ou pelo menos parte dela)?

"As bancas onde se vendem jornais e revistas são pequenas padarias intelectuais onde os cidadãos compram seu pão espiritual." J. Normand (1848-1920)

Estaria o romancista francês correto em se tratando de terrae brasilis?

Impressiona a reviravolta na investigação levada a efeito através da operação Satiagraha e o tratamento conferido pela impresa brasileira à cobertura dos fatos a ela relacionados.

Sobre o importante julgamento realizado hoje pelo TRF da 3ª Região, só o jornal Estado de São Paulo informou algo a respeito. Vejamos o que o jornalista Luciano Martins em "O observátório da impresa" escreveu sobre a "omissão" da grande parte da imprensa:


CASO DANIEL DANTAS
O silêncio dos jornais

Por Luciano Martins Costa em 24/3/2009
Comentário para o programa radiofônico do OI, 24/3/2009

A Folha de S.Paulo e o Globo ignoraram a notícia, mas o Estado de S.Paulo publica na edição de terça-feira (24/3), com destaque, que o Tribunal Regional Federal da 3ª Região impôs ontem uma importante derrota à estratégia de defesa do banqueiro Daniel Dantas.
O controlador do banco Opportunity queria trancar a ação penal nascida da acusação de corrupção ativa, por tentativa de subornar um delegado federal para ser excluído da chamada Operação Satiagraha.
A decisão é fundamental para o prosseguimento das ações judiciais contra Dantas. Por essa razão, os leitores da Folha e do Globo ficarão menos informados sobre o assunto do que os leitores do Estadão.
A defesa de Daniel Dantas queria que a Justiça Federal considerasse irregular a parceria feita entre a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência – Abin – durante as investigações.
Se a Justiça acatasse essa tese, o processo poderia ser abortado, mas os magistrados votaram por unanimidade considerando que a ação conjunta entre a Abin e a Polícia Federal não tem nada de errado.

2 comentários:

Wagner Nascimento disse...

Douglas boa tarde!


Ainda há em nosso País pessoas sérias que utilizando-se das prerrogativas que a lei lhes proporciona avaliam e decidem com isenção, fazendo aquilo que a sociedade almeja, ou seja, que os criminosos de colarinho branco não fiquem impunes. Precisamos divulgar estes fatos ou decisões adotadas pela justiça para reforçarmos e reafirmarmos nossa confiança nas leis e no estado de direito.


Wagner Nascimento

Fernando Viveiros disse...

Servem a seus próprios interesses e aos grupos econômicos/políticos/religiosos a que estão ligadas.
Um simples exemplo é assistir ou ler a cobertura jornalística de um determinado fato, que tenha uma relativa relevância para a sociedade, em mais de um telejornal ou jornal. Por muito menos do que o Daniel Dantas fez, milhares estão na cadeia. Mas, he´s my man! Diz o GM.